Os novos processos de aprendizagem organizativos fundamentam-se na criatividade, no desenvolvimento de conhecimento ou competências, bem como na incorporação de novas habilidades, capacidades e destrezas dos indivíduos que sejam capazes de conseguir de forma permanente a transformação ou a mudança.
O conhecimento é uma mistura de experiências, valores, informação contextualizada e percepções de um indivíduo que fornecem um enquadramento de avaliação e permitem a incorporação de novas experiências e informação.
Na última década, em face da migração de atividade menos qualificadas para novos espaços econômicos, a visão do processo de crescimento colocou em evidência a inovação e o capital humano. O capital humano não é mais do que a soma das capacidades, do seu conhecimento e das competências incorporadas nas pessoas. O capital humano é importante na medida em que está na base das atividades que geram inovação, quer se trate da produção de conhecimento quer da sua adaptação às necessidades do mercado.
O capital humano está também ligado ao capital social, conjunto de redes e capacidade de relacionamento que facilitam a cooperação entre grupos baseada na confiança e na participação. Já falamos que a generalização do acesso à Internet e às tecnologias de informação é um fator crítico para a modernização e desenvolvimento das comunidades.
Gerir e compartilhar conhecimento faz parte do conceito de comunidades de prática, partilhar, no contexto da estrutura social e temática. Dessa forma, essas comunidades podem ir além dos limites tradicionais de coligação ou conjunto de trabalho, bem como espaço físico e geográfico.
A emergência de comunidades de prática, enquanto solução pouco formalizada de trabalho e aprendizagem colaborativa, funcionando em rede com comunidades integradas noutras organizações, busca soluções e partilha práticas organizacionais, tendo em vista a melhoria contínua de processos e produtos, constituindo-se como espaços de aprendizagem, por força da troca intensiva de informação e conhecimentos.
Como em qualquer processo educativo, é importante que o apoio pedagógico que se pretende disponibilizar on-line esteja bem estruturado, tendo em atenção o público a que se destina, o objetivo que se pretende alcançar, os conteúdos a abordar e quais as estratégias para alcançá-los.
A oferta de ambientes de aprendizagem confiáveis e a oportunidade de por em contato pessoas com interesses comuns, colocar desafios e com motivações similares podem ser atrativos destas comunidades, que valorizam a participação e iniciativa.
O importante nas comunidades de prática são os conteúdos, ou seja, as aprendizagens como experiência através dos processos de negociação e re-negociação e de significação e re-significação e as modificações das competências, habilidades/aptidões e saberes individuais que podem interferir no exercício de pertencimento do indivíduo na comunidade.
As comunidades de prática são espaços de participação, nos quais os membros compartilham um entendimento relativo ao que fazem ou conhecem, trazendo uma significação e/ou re-significação para as vidas particulares e para outras comunidades.
As tecnologias de informação criam um amplo espaço de possibilidades de aprendizagem. Entretanto, seus benefícios dependem da forma em que são utilizadas destacando-se como características fundamentais dos novos ambientes de aprendizagem: a criatividade, a autonomia, o espírito crítico, a cooperação e a colaboração.
É evidente que para que se produza material de apoio pedagógico de qualidade, é necessário o estudo de teorias pedagógicas que se enquadrem neste novo paradigma da educação à distância, que possa prover estratégias educacionais adequadas ao tipo de educação que se propõe.
A idéia de o conhecimento estar centrado num único indivíduo, já está ultrapassada. Atualmente, o conhecimento é fundamentalmente coletivo, impossível de ser reunido e organizado por uma só pessoa. O modelo de ensino tradicional, centrado na figura do professor é pouco provável que forme profissionais aptos a responder a todos os desafios do novo cenário mundial.
Com a emergência das comunidades de prática para a educação, o professor deixa de ser a única fonte de informação/conhecimento e passa a criar oportunidades para que o aluno participe de forma mais ativa no seu processo de aprendizagem, sabendo como encontrar e selecionar informação, bem como construir o seu próprio conhecimento.
A utilização dessas tecnologias possibilita a criação de um caminho alternativo que liga o aluno ao conhecimento, favorecendo o desenvolvimento de novos métodos e práticas de ensino-aprendizagem. As redes estão a interferir não apenas na rapidez de distribuição do conhecimento, mas também sobre os próprios processos cognitivos pelos quais ele é produzido, compartilhado e significado.
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