Comunicação, etimologicamente, provém do verbo latino communicare, e isso todo mundo sabe, que significa pôr em comum. Entende-se, então, comunicação como a troca de informações entre indivíduos, por meio de sistemas simbólicos. O objetivo da comunicação, portanto, é tornar possível o entendimento entre os homens. E é com a finalidade de todos os membros de uma organização se entenderem, que a maioria delas possui a preocupação com o planejamento e a construção dos processos de Comunicação Organizacional, uma busca constante das companhias que zelam por sua imagem.
A comunicação nas organizações transcende a parte estrutural das companhias e atinge a alma do negócio, fazendo com que as relações se desenvolvam com agilidade, transparência e foco, ou, pelo menos, é isso que se espera. Por estarem alinhadas às transformações ocorridas nos modelos de gestão, na estrutura de mercados, nas relações entre trabalho e capital e no comportamento dos consumidores, as organizações precisam adequar seus discursos às necessidades de cada um dos públicos estratégicos.
Atualmente, uma quantidade representativa de organizações já possui uma cultura de comunicação, entendendo que, em função da globalização e da competitividade cada vez maior, é fundamental que a Comunicação Organizacional alcance cada um de seus públicos. Para tanto, essas organizações passaram a adotar Políticas de Comunicação, ou seja, conjuntos de princípios e normas, estabelecidos com base na identidade da organização, que regem a definição e a manutenção das estratégias e instrumentos que conduzem o diálogo e o relacionamento da organização com vistas a legitimar seu posicionamento frente aos seus diversos públicos de interesse.
Foi a partir do início dos anos 2000 que a Política de Comunicação começou a ser vista como um facilitador para a obtenção de sucesso organizacional, principalmente se exercer o papel de auxiliar os empregados a compreender a natureza do negócio, os valores e a cultura da organização, alinhando, assim, os objetivos organizacionais com os individuais.
A adoção de uma Política de Comunicação deve levar em conta que a sua definição seja de amplitude global, direcionando toda a comunicação da organização. As perspectivas dessa política devem ser traçadas de um objetivo que seja meta de todas as atividades e contra o qual não existam argumentos. Uma Política de Comunicação tem uma função estratégica de ordenar as disciplinas e ferramentas de comunicação, propiciando unicidade de discurso e, por isso, todo o processo que implica em seu desenvolvimento, que não se resume tão-somente à redação aleatória de algumas diretrizes, deve ser legitimado por aqueles que detêm cargos de decisão.
A iniciativa de estabelecer uma Política de Comunicação dá-se por decisão da alta administração da organização, tendo em vista necessidades reais de mais efetividade ou eficiência comunicacional (aumentar a visibilidade da organização na mídia, melhor relacionamento com os públicos de interesse, consolidar a imagem ou a reputação da organização e, quase sempre, dar uma mexida profunda na comunicação interna) e, ao contrário do que se pensa, não deve envolver apenas a equipe de comunicação, mas todos os funcionários de todas as áreas da empresa, pois não são apenas os profissionais de comunicação que mantêm contato com steakholders, mas todos, vendedores, secretárias, telefonistas, funcionários em geral.
Ao profissional de comunicação cabe assumir, entre as suas competências, a co-articulação da política organizacional e ter o poder, a decisão e os recursos da organização sob a sua égide. Também será dele a atribuição de mediar o diálogo entre os agentes a fim de buscar o entendimento essencial para dar curso ao desenvolvimento de uma Política de Comunicação estreitamente alinha à Política de Negócios, ambas adotadas segundo a filosofia da organização, a qual deve ser amplamente difundida e conhecida ao ponto de ser reflexo da própria cultura da organização.
O profissional de comunicação está mais bem preparado para orientar como alcançar uma crescente e complexa rede de relacionamentos e estruturar alianças com propósitos de inovação social. É fundamental que as estratégias de comunicação reconheçam a mudança de distribuição de informação para a gestão de relacionamentos. O papel é o de ajudar às empresas a construir relacionamentos que afetem o comportamento, e não meramente transmitir informações. Ele também será o responsável por avaliar as necessidades de atualização das diretrizes. Como afirma BUENO (2008), Política de Comunicação boa precisa estar sempre pegando fogo, se possível, antecipando-se aos acontecimentos, pró-ativa em sua proposta e execução.
BUENO, Wilson da Costa. Política de Comunicação não é para qualquer empresa. In: Portal Imprensa. Texto publicado em 07 de agosto de 2008.
NASSAR, Paulo (Org.). Comunicação Empresarial: estratégia de organizações vencedoras. Vol. 1. São Paulo, Aberje Editorial, 2005.

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